domingo, 21 de março de 2010

A reciclágem é democrática e importante.

Com a proximidade das eleições de 2010, o Brasil propõe-se a entrar com o pé direito em uma nova etapa política de sua história, tanto interna quanto externamente. Com a perspectiva de construção de um novo cenário nesse sentido, somos levados a viver uma fase de incertezas que se prolongará até a passagem da faixa presidencial.

As dúvidas aumentam e se justificam em virtude do impasse que se coloca ao termos de escolher entre a continuação de um governo que, sem dúvida, foi extremamente importante para as camadas mais carentes da população, retirando cerca de 20 milhões de brasileiros da linha de pobreza (utilizando-se de métodos, dos quais prefiro não entrar no mérito) e levou o Brasil a um patamar internacional jamais alcançado; e um governo, do qual podemos esperar uma política pública responsável, justa e democrática, posto que, é o que o Governador José Serra, pré-candidato pelo PSDB, sempre mostrou ao longo de sua trajetória.

Fato é que a situação da máquina pública herdada por Lula não era das mais favoráveis e, ainda assim, o atual governo mostrou-se eficiente: Estatisticamente, no período compreendido entre dezembro de 2001 e dezembro de 2002, o risco país aumentara de 963 para 1490 pontos básicos; a taxa de câmbio real/dólar norte-americano subira de 2,32 para 3,53 e, por sua vez, a entrada líquida de capital externo passou de US$ 27 bi a US$ 8 bi. Todo esse cenário apresentou-se como fruto da apreensão do mercado com o crescimento da candidatura de Lula no ano eleitoral. Preocupação justificada pela postura histórica do Partido dos Trabalhadores.

O cerne da questão, porém, apresenta-se mais complexo que uma simples escolha entre uma forma de governar e outra. O Brasil, muito em virtude do carisma de Lula, apresenta-se atualmente ao mundo. Com a apresentação dessa nova realidade, fazem-se necessárias uma aplicação maior e a construção de uma forma de nos relacionarmos com o mundo diferenciada e inteligente.

A atuação de um país, não só no mercado financeiro internacional, mas, nas decisões políticas globais o elevam ou o rebaixam segundo conceitos diferenciados e, complicados, aos quais, devemos prestar a mais aplicada atenção.

Sempre me posicionei, acreditando que esse é o papel de um defensor da democracia, contra qualquer política de continuidade descabida em qualquer esfera da política por acreditar que, ao aceitarmos um regime democrático, concordamos com a igualdade entre todos os lados, no que diz respeito à capacidade de contribuir para o regime e o estado como um todo. Porém, não consigo ter essa postura, como qualquer outra, de forma rígida e inflexível.

É claro que, à medida que, a situação encontra-se em um regime continuado de gestão e a oposição mostra-se cega e irresponsável, obrigando-nos a assisti-la fazendo oposição pura, irrestrita, descabida e infundada, devemos nos perguntar pela necessidade de substituirmos uma por outra, simplesmente por fazê-lo. Entretanto, devemos atentar para o fato de que não é essa situação que observamos atualmente no país.

Durante os sete anos de gestão do governo Lula, a oposição mostrou-se aplicada em garantir os direitos dos brasileiros e assegurar-se de que as melhores decisões seriam tomadas, em todos os momentos. Logo, mostra-se interessante e prudente que permitamo-nos dar ao outro lado a oportunidade de contribuir com o país.

É necessário criarmos e cultivarmos a consciência de que o Brasil precisa valorizar e primar pela democracia, dar voz a todos e colocar-se frente ao mundo com uma postura diferente da praticada ao longo do último ano pelo governo. É preciso que nos empenhemos em mostrar-nos fortes, atuantes e firmes no cenário político internacional. Devemos nos interessar em investigar e concluir que as decisões acertadas, tomadas pelo governo, não excluem e não podem se sobrepor às medidas infelizes tomadas em âmbito supranacional.

Vamos nos permitir seguir em frente, sem abandonar o que herdarmos de positivo, mas, tendo consciência de que podemos mais e podemos melhorar. Para tanto, pois, precisamos dar abertura para que todos possamos contribuir.

sábado, 13 de março de 2010

Cresce um novo líder




Quando começamos a escrever, textos de qualquer natureza, precisamos nos conscientizar de que, por muitas vezes, o leitor que terá acesso ao objeto de leitura, nem sempre, estará tão familiarizado com o contexto quanto quem escreve, principalmente, quando se pretende veicular o texto em questão na internet. Portanto, faz-se necessária, sempre, uma espécie de introdução que insira o “internauta” no assunto abordado. Salvo exceções.

Prefiro e recomendo evitarmos, sempre que possível, as generalizações de qualquer natureza. Entretanto, o clichê de que “toda regra tem sua exceção” é válido e, se soubermos o momento adequado e nos direcionarmos aos objetos corretos, a generalização não só é válida, como evidente e inquestionável. Assim, permito-me agora afirmar, não só que para falar de alguns poucos homens notáveis não precisamos de introdução alguma (pois todos sem exceção sabemos de quem se trata), como que Tancredo Neves foi, se não o maior, um dos homens mais notáveis da história desse país. Portanto, desprendo-me da obrigação de introduzi-los no contexto e parto logo ao cerne da questão.

A alguns cabe a função de ser. A outros a função de não ser nada. Outros, ainda, tem como função não ter função. No entanto, uns poucos são munidos com tamanha riqueza de espírito que tem a função de serem úteis a muitas pessoas, em vários momentos. Homens, dessa natureza costumam atingir posições que homens comuns não conseguem alcançar. Tancredo Neves era, antes de qualquer outro adjetivo, um homem público, no mais amplo sentido que essa palavra queira significar. Não somente um político de irrepreensível, mas um político útil ao povo.

Tancredo, ao tomar posse do governo de Minas Gerais, da sacada do Palácio da Liberdade, abriu o discurso para uma praça totalmente povoada com a frase: “Mineiros, o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade”. Uma de suas passagens mais marcantes e que nos dá a exata dimensão do que foi Tancredo Neves. Em um tempo de ditadura militar, o então governador traz a liberdade ao seu discurso e permite que sonhemos com novos tempos.

Homem público e visionário como poucos o foram. Tancredo fez de suas obras pontos marcantes da história do país e acreditando nas suas convicções e em fazer o melhor para todos, comandou a campanha das “Diretas já” e trouxe, de fato, a liberdade de que necessitávamos e pela qual clamávamos.

Duas décadas e meia após o auge político de seu avô, desponta – depois de uma brilhante trajetória – das Minas Gerais para o Brasil o nome de um outro político, comparável a Tancredo (permitindo-me a extravagância) por suas competência e audácia administrativa. Aécio Neves traz consigo, além da vocação notória, habilidade governamental inquestionável.

A partir de um choque de gestão elaborado e cuidadosamente construído, Aécio exemplifica a teoria do governar para o povo. Com extrema competência, o governador reuniu, em torno de si, uma das mais qualificadas equipes administrativas do país e ao longo dos últimos oito anos dá exemplo de gestão pública responsável e equilibrada. Aécio Neves construiu um novo cenário na política mineira e, assim, revitaliza e traz novamente o nome e a força do estado de Minas Gerais para um âmbito nacional.

Sem dúvida alguma, permito-me afirmar, Aécio Neves surge para somar. Um dos nomes mais fortes e respeitados no cenário nacional, um dos reconhecidos líderes tucanos busca agora o seu espaço rumo ao maior cargo da república. A presidência já é questão de paciência e tempo.


Meu artigo. Publicado no http://ninhotucano.wordpress.com/ em 07/março/2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tragam logo o horário eleitoral!

Em vésperas de eleições e com o processo eleitoral deflagrado bem antes do início programado, discretamente, mas, ainda assim, aberto antes do previsto, não é justo que a população, como um todo, seja privada dos atrativos eleitorais.

Se considerarmos que já sabemos, enfim, quem será a candidata da situação e tudo caminha para que o postulante mais forte da oposição seja, de fato, legitimado como candidato, devemos nos perguntar, pois, por que somos, então, privados da tão agradável experiência do horário eleitoral?

Poxa! Se é pra fazer hora com a cara do povo, façam direito. Ou estou errado?
Pelo menos assim, de duas uma, ou poderíamos nos concentrar em analisar as propostas mais cautelosamente, ou tomaríamos raiva, de vez, pelo processo e ai só Deus saberia o rumo das coisas.

O horário eleitoral, apesar de tedioso para alguns, me traz sentimentos diferentes e aguça, a cada propaganda, minha consciência de cidadão. Precisamos entrar de vez no processo eleitoral de 2010, pois, o exercício do voto nunca esteve tão difícil como o que se apresenta este ano.

A eleição que se aproxima apresenta-se da seguinte forma: É como se treinássemos na escola os exercícios triviais e todos, sabendo o que está por vir, fossemos fazer a prova. Ora, A prova de matemática nunca teve, pelo menos pra mim, os exercícios tranqüilos da sala. São SEMPRE mais difíceis. Se compararmos essa situação ao exercício de voto, a eleição para a presidência que se aproxima deve ser encarada como um exercício de prova, que o professor vai buscar no mais complicado vestibular para nos surpreender.

Não sei a situação de vocês. Mas, o exercício do voto mostra-se um tanto complicado na esfera federal para mim. Não vejo o governador Serra como o principal candidato à presidência e preferiria enormemente que o governador de Minas, Aécio Neves fosse o candidato tucano. Ora, Sou totalmente desfavorável à continuidade política extrema, seja em qualquer escala, dimensão ou localidade. Logo, Não posso e não vou entregar meu voto à Ministra Dilma. Porém, por não acreditar na capacidade de José Serra e menos ainda em seu carisma, ou ainda, na capacidade de qualquer um de conduzi-lo à presidência, fazendo frente às perfeitas estratégias de marketing PTistas, não vejo meu voto valendo alguma coisa se destinado a ele. Contudo, parece-me o mais correto.

Nunca confiei no poder estratégico ou na reconhecida (por alguns) habilidade diplomática de Fernando Henrique Cardoso, contudo, em contrapartida nunca rezei tanto para que o mesmo conseguisse, de fato, resolver os embates internos do partido e levar, de alguma forma, Aécio à encabeçar a chapa. Por saber que as possibilidades são ínfimas e a cada declaração do governador de Minas confirmar, cada vez mais, as tristes expectativas, não me resta outra opção, então, me recolho à minha humilde condição de eleitor e espero pelo final feliz.

Só clamo por uma coisa então: Tragam de uma vez o horário eleitoral! Se não, não tem como eu fazer a opção correta!