sábado, 17 de abril de 2010

As eleições e a internet.

Parece-me evidente que a internet exercerá papel importantíssimo, para não dizer decisório, no próximo pleito eleitoral. Mostra-se óbvio, também, que, ao meu ver, por conseqüência, o papel da juventude (maioria de usuários das ferramentas digitais) será essencial.

Diferentemente de processos anteriores que permitiram a juventude, através de mobilizações públicas “presenciais”, encabeçar ações edificantes e transformadoras na história do nosso país, agora, participamos de uma nova realidade. A mobilização é feita de casa, permitindo ao manifestante uma presença mais intensa, assídua e inteligente, à medida que, discute-se em uma janela com a informação na outra ao lado.
Depois de praticamente duas décadas, a juventude brasileira “ganha as ruas” novamente. Se não pela imposição física da nossa imagem, entramos de cabeça através do mundo digital. Se não pelo impacto visual de braços levantados. Se não pela propagação sonora dos gritos. Se não pelos rostos pintados. Se não pela união visível de pessoas. Hoje somos parte importante do processo pelo virtual, seja o computador fixo ou móvel, estando assentado em frente a ele, ou conectados através do celular. Porém, em virtude da falta de atuação que se estendeu por duas décadas, ainda somos, invisíveis e inaudíveis aos olhos e ouvidos de alguns tantos políticos que, por desinformação (leia-se analfabetismo) digital, ou por desinteresse, ignoram a força de outrora que somente mudou de campo de atuação.
Os jovens estão, mais uma vez, à frente do processo eleitoral.

Jamais presenciamos tamanha mobilização política fora do período eleitoral. A quantidade de jovens interessados em se informar e buscar soluções aumenta exponencialmente. A facilidade de acesso à informação e a possibilidade de acompanhar e reivindicar uma postura condizente de seu candidato em todas as esferas, atrai os jovens práticos e dinâmicos do mundo atual.
A força da juventude é evidenciada e respaldada pela adesão dos pré-candidatos de todos os âmbitos às ferramentas digitais. É preciso, pois, que diferenciemos os que, de fato, tem algo a dizer aos seus eleitores daqueles que tentam uma aproximação forçada. (Entendam como quiser. E se não entenderem eu os induzo ao entendimento. Charge auto-explicativa, quer dizer, que explica a questão. Como sempre, Maurício Ricardo fazendo o estrago habitual.).



É inevitável, a partir da nova realidade construída, graças, em grande parte, à juventude, que os candidatos adaptem seus discursos ao mundo digital. Não só a redução do conteúdo, mas a necessária clareza (que fugia, como diabo da cruz, dos textos políticos) e a objetividade são agora imprescindíveis e contribuem, fortemente, para a aproximação ainda maior da massa jovem à política.
Aqueles que ainda duvidam do papel da internet como ferramenta de comunicação, formadora de opinião, informante e encurtadora de distâncias, mostram-se, necessariamente engolidos pela máquina da tecnologia e do desenvolvimento que elevam a disputa eleitoral a um novo patamar democrático.
A democracia digital não só é a mais inclusiva forma de participação, mas colabora, de maneira ainda não igualada, para a construção de um novo universo popular (no sentido mais amplo da palavra, e não no restrito) culturalmente estruturado pela informação. Dessa forma, é possível afirmarmos sua contribuição para a formação de uma nova consciência política, que, necessariamente, dará seus primeiros sinais de afirmação nas próximas eleições.

É necessário, tão logo os candidatos atentem para a nova realidade, não só a adequação do discurso político, mas a correta adequação deste. Não só a aproximação indevida do leitor através da retórica deve ser repudiada. Mas, é necessário que se fortaleça, além do todo exposto acima, a postura cautelosa e crítica frente ao falatório sem fundamento.
A charge a seguir é antiga, mas, permite que entendamos a entrada recente, porém, incisiva de políticos no universo digital. É preciso evidenciar a existência de um molde, ao qual, alguns tentam se adaptar objetivando a aprovação popular. Utilizar algumas ferramentas da internet por si só, não aproxima e não deve aproximar o político do povo.

3 comentários:

  1. Eu gostei muito sobretudo do final do seu texto, Gustavo! É o que eu sempre digo: Não adianta o político inventar que vai tuitar, ou fazer seu perfil no orkut ou facebook. Aquilo soará falso, e passará às pessoas que o proprio político é falso, uma montagem... Ter identidade com o que você usa pela internet é uma das razões do sucesso nessa mídia.

    Belo texto, Gustavo!! Parabéns!!!

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  2. Gustavo, esse texto é realmente muito bom!!! E principalmente objetivo e claro, como deve ser a linguagem utilizada pelos políticos para satisfazer essa nova geração em ascensão!!!
    Fico feliz em ver sua interação e isso só me da mais certeza de que você está no caminho certo!! Orgulho de saber que você é o futuro do meu país!!!

    Beijos

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  3. Prezado Gustavo,

    Fiquei muito feliz ao ler seu texto.
    A "montagem virtual" dos candidatos que estamos percebendo nos ultimos meses (até dias) é absurda. Mas, a juventude, está atenta. A mobilização jovem pela rede mundial de computadores é mais racional, com isso mesmo que a ausência dos braços erguidos e dos cantos em coros, a contribuição jovem para este próximo pleito será essencial. E como disse mais racional, por isso, penso, que os jovens e demais cidadãos que estiverem ativos nas redes sociais não serão manipulados facilmente como outrora nos comícios com grandes músicos e artistas.

    Parabéns Gustavo !!

    Gde abraço,

    Thiago Franco
    Contagem-MG.

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